24 de jun. de 2012

A todas as Marias, Joanas, Paulas, Karlas etc

desamparo
para onde ir se todas as portas parecem fechadas?
os pedidos de ajuda não recebem respostas
olha ao redor e só vê indiferença de todos com sua dor
tenta sair sozinha daquela prisão, mas não tem forças, precisa de ajuda
o medo é companhia constante
uma porta bate em algum lugar
seu corpo todo estremece
sinal que aquele corpo cansado e castigado, é uma linha tênue chamada estresse
os passos na calçada lhe causam calafrios pois sabe quem vai entrar porta a dentro
tenta se preparar emocionalmente para mais alguns momentos de terror físico e mental
até quando? se pergunta
que saída tem, se todos a quem recorre finge não a ouvir
o Estado lhe diz palavras bonitas e fala em normas que a protegem
lindas no papel, mas inócuas
logo a mandam de volta para casa, e dizem garantir sua segurança por alguns dias,
mas alguns dias não lhe bastam
na verdade a apavoram ainda mais, porque sabe que o ódio do agressor virá em dobro
essa certeza, logo se concretiza, pois de repente se vê frente-a-frente com aquele ser doente
cujo ódio não tem fim
se pergunta de onde, porque  e quando ele surgiu, mas desiste em buscar respostas
aquele olhar onde só o ódio é uma certeza lhe mostra
que ela enfim, encontrou uma porta aberta para a liberdade e felicidade
é o momento de sua redenção
a paz então, toma conta do seu corpo, da sua alma, e enfim, sente um pouco de felicidade
nessa vida de castigos e sofrimentos
um sorriso leve e angelical lhe toma a face
enquanto sente o peito queimar com o impacto do aço explosivo sobre o seu corpo finalmente livre.




Val Araújo

2 comentários:

  1. Oi Val, infelizmente essa é a realidade de muitas mulheres, mesmo....
    Tomara Deus abençoar para que esses crimes deixem de acontecer....
    Beijinsss

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  2. oi amiga,
    por onde andas?
    Sentindo falta dos textos excelentes e das pecinhas pra namorar tb!
    Beijos, bom fim de semana!

    Cle

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