17 de nov. de 2010

ATRÁS DAS SOMBRAS

A noite é nossa cúmplice
Uma cúmplice  maravilhosa devo dizer
É durante a noite que as coisas acontecem
É quando acalmamos nosso espírito
É quando descansamos o corpo cansado
É quando agradamos nosso corpo, nossa alma, nosso ser
É quando as energias se renovavam
É quando o ser humano mais inova
É quando o amor aflora mais livremente
É quando a paixão, a luxúria, a loucura se faz presente
É quando se tem coragem de ousar
É quando desnudamos nossa alma
É quando as sombras são mais evidentes, e por isso, servem de cúmplice para nossas covardias, para os nossos traumas, para os nossos medos, para as nossas neuras.
Assim, a noite é o álibi perfeito para as loucuras cometidas na escuridão de todo dia. Em razão disso, ela é esperada, ansiada por mim, por você, por nós, covarde que somos, por precisar  nos esconder na escuridão da noite para que o mundo não veja nosso rosto.

Val Araújo

Um comentário:

  1. Realmente bom.
    Quando o li, remeteu-me imediatamente a uma poesia de meu livro Quase Ave (2002), que reproduzo aqui:

    SOLIDÃO DA NOITE - (jjLeandro)

    A noite nunca
    está calada.
    O homem é que dorme
    e imagina
    que ela se cala.
    A noite nunca está parada.
    O tic-tac do carrilhão
    marca-lhe
    os passos apressados.
    A noite nunca é pérfida,
    há sim
    os que a preferem para evitar testemunhas.
    A noite nunca é totalmente escura
    pois
    com o auxílio da luz ela projeta sombras. Apesar disso,
    a noite nunca está feliz,
    pois os homens a trocam
    pela companhia do dia.

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